sexta-feira, abril 28, 2006

ainda a espiritualidade eo sexo II

AINDA A ESPIRITUALIDADE E O SEXO Os anos começam e acabam, as pessoas vêm e vão. Os clientes entram e saem dos consultórios de Terapia Holística, as mulheres choram e riem, os casamentos começam e acabam, as meninas e os meninos crescem e florescem, e o discurso é sempre o mesmo. O sexo! Que coisa linda, que coisa feia, que delícia, que nojo, que bom que mau, faz bem, faz mal, é pecado... Vamos falar a verdade (1). Mais uma vez, vamos bater na mesma tecla. A ciência já provou que só faz bem, os médicos recomendam, a espiritualidade mais esclarecida e iluminada aprova, então, porque é que tantas pessoas ainda insistem em combatê-lo, recriminá-lo e discriminar a prática do acto sexual? Porque é que tantos pais continuam ainda nos tempos de hoje a reprimir as suas filhas quanto começam a se descobrirem sexualmente, porque é que ainda não passamos da era da proibição para a era da informação e do esclarecimento? Porque não vemos o sexo assim como a comida, o desporto, a bebida as drogas e tantas outras coisas as quais simplesmente discutimos sobre a qualidade do seu uso? Por exemplo: Como fazer, reconhecer tipos de pessoas em quem podemos confiar para fazer sexo, seus riscos, os abusos, sexo e amor, o melhor momento para começar, sexo e as emoções, etc. Por que é que a "coisa" tem que ser tão grande e tão perigosa? Por que é que temos que assustar tanto as nossas meninas e os nossos meninos quando simplesmente poderíamos instruí-los? Por que é que perante esta nova realidade, esta nova proposta que nos está a chegar a cada dia através dos veículos de informação, não lutamos para desfazermos os nossos preconceitos e trabalhamos, primeiro a nosso favor, permitindo-nos uma vida sexual mais saudável e prazerosa e depois, a favor dos nossos filhos (principalmente as meninas) protegendo-os de uma vida sem graça e sem energia. Pensem se, de verdade, não estamos a ser comodistas e preguiçosos na missão de educar e conduzir as suas vidas até a maior idade. Não é porque nos tentaram tirar o direito a este prazer que precisamos fazer o mesmo com as pessoas que geramos. Além do mais, já está provado também, que a imposição de comportamento, a falta de explicação sobre os nossos pontos de vista e a ignorância dos factos só provoca consequências adversas ao que tentamos plantar. A falta de educação sobre o sexo não vai impedir as pessoas de fazê-lo. Elas simplesmente vão fazer mal feito. Consegue-se com isto a insatisfação, os exageros, as doenças físicas e mentais, as gravidezes indesejadas, as violências sexuais, os abandonos e as traições. Tirem as vendas dos olhos, economizem em medicamentos e anos de terapias para desbloquear o que Deus mandou sem bloqueios. Sob esta óptica, o livro O Código da Vinci apresenta-os alguns trechos bastante curiosos. Muitas pessoas no mundo já tiveram a curiosidade e a oportunidade de ler esta obra. O livro todo é óptimo e curioso. Nada contra as religiões, muito pelo contrário, nada contra a boa conduta moral, muitíssimo pelo contrário, nada contra a Igreja Católica, respeito os seus fiéis, mas, acredito que Cristo era, pelo menos em parte, como o descrito no livro: um homem normal. O Código da Vinci - Importante Hieros Gamos = Casamento Sagrado - nada tem a ver com erotismo - é um acto espiritual. Historicamente, as relações sexuais eram o acto através do qual o homem e a mulher experimentavam o divino. Os antigos acreditavam que o masculino era espiritualmente incompleto antes de ter conhecimento carnal do sagrado feminino. A união física com a mulher era o único meio segundo o qual o homem podia se tornar espiritualmente completo e chegar a atingir a gnose - o conhecimento divino. Desde a época de Ísis, os ritos sexuais vinham sendo considerados a única ponte entre a terra e o céu para o homem. - Em comunhão com uma mulher o homem podia atingir um instante de êxtase no qual a sua mente ficava totalmente vazia e ele era capaz de ver Deus... O orgasmo como oração?Fisiologicamente falando o clímax masculino era acompanhado por uma fracção de segundo em que os pensamentos ficavam de todo ausentes. Um breve vácuo mental. Um momento de limpidez durante o qual se podia vislumbrar Deus. Os gurus que praticavam a meditação atingiam estados semelhantes sem sexo e costumavam descrever o Nirvana (2) como um orgasmo espiritual eterno É importantíssimo lembrar que o modo como os antigos encaravam o sexo era totalmente oposto ao modo como o encaramos hoje em dia. O sexo possibilitava a criação de novas vidas - o milagre dos milagres -, e só Deus podia realizar milagres. A capacidade da mulher de produzir vida com seu útero tornava-a sagrada. Uma Deusa. A relação sexual era a união respeitosa entre as duas metades do espírito humano - a masculina e a feminina -, por meio da qual o macho podia encontrar integridade espiritual e comunhão com Deus. A tradição judaica primitiva envolvia o sexo ritualístico. Dentro do templo, nada menos que isso. Os primeiros judeus acreditavam que o Santo dos Santos do Templo de Salomão abrigava não só Deus como também sua poderosa consorte feminina, Shekinah. Os homens que buscavam integridade espiritual vinham ao Templo visitar sacerdotisas - ou "herolulas" -, com as quais faziam amor e experimentavam o divino através da união física. Para a Igreja dos primeiros tempos o uso do sexo pela humanidade para comungar directamente com Deus representava uma séria ameaça à base de poder católica. Aquilo deixava a Igreja de fora, debilitando o status que ela mesma se atribuíra de único caminho para Deus. Por motivos óbvios, a Igreja fez de tudo para demonizar o sexo e reinterpreta-lo como um acto pecaminoso e repulsivo. Outras religiões importantes fizeram o mesmo. É surpreendente que nos sintamos divididos com relação ao sexo? A nossa herança milenar e a nossa própria fisiologia dizem-nos que o sexo é natural - um caminho muito seguro para a gratificação espiritual -, mas, mesmo assim, a religião moderna deprecia o sexo, considerando-o vergonhoso, ensinando-nos a temer os nossos desejos sexuais como se fossem inspirações demoníacas. Fonte: Trechos retirados na íntegra do livro "O Código da Vinci, de Dan Brown". (1) esta verdade não é a absoluta (cada um de nós tem a sua verdade) (2) No Budismo, nirvana (do sânscrito -- pali: Nibbāna -- Chinês: Nie4 Pan2 ), literalmente "extinção", é a culminar da busca budista pela libertação. Siddhartha Gautama, o Buda, descreveu o Budismo como uma jangada que após atravessar um rio, permite ao passageiro alcançar o nirvana. O Hinduísmo também usa nirvana como um sinônimo para suas idéias de moksha, e fala-se a respeito em vários textos hindus tântricos bem como na Bhagavad Gita. Os conceitos hindus e budistas de nirvana não devem ser considerados equivalentes. fiquem com uma óptima dica literária. O livro ainda faz menção à vida conjugal de Cristo, à sua paternidade, ao verdadeiro papel de Maria Madalena na História, às acções do Opus Dei e do Vaticano (curiosíssimo!). Muita Luz!

a espiritualidade e o sexo I

A ESPIRITUALIDADE E O SEXO I De acordo com a Cabala, (1) o desejo é a essência central do ser humano. Somos feitos de desejo. É o desejo que abastece toda a experiência humana: a arte, a literatura, a música, a descoberta científica e a revolução política. Tudo começa com o acender de um desejo que anseia por ser preenchido. E não há nenhum condutor mais profundo, poderoso ou potencialmente espiritual para a expressão de nosso desejo do que o sexo. Esta verdade cabalística essencial é tão importante que vale a pena repetir: Não há nenhum condutor mais profundo, poderoso ou potencialmente espiritual para a expressão de nosso desejo do que o sexo. O SEXO COMO UM DESPORTO A nossa cultura é obcecada com um Bom Sexo. Infelizmente, a definição de sexo na nossa sociedade tem bem mais em comum com o desporto do que com a espiritualidade. Consideramos os orgasmos como uma tabela de artilharia. Contemplamos conquistas sexuais da mesma forma como seguimos as vitórias e derrotas de nosso tempo. É possível encher uma livraria inteira com manuais modernos de sexo que nos instruem em como ter um Bom Sexo. Conhecimento e habilidade são importantes para se fazer amor, é claro. Assim como precisamos de competência com as palavras para expressar as nossas ideias brutas de forma adequada, precisamos de conhecimento e habilidade na cama para expressar efectivamente nossa paixão bruta. Mas os manuais de "como" e os estudos clínicos englobam somente um ingrediente da receita sexual. Dominar a mecânica delicada e fina do sexo é importante, mas não passa disso: mecânica. É verdade que os nossos corpos são peças complicadas de “maquinaria” biológico, e que queremos que eles "funcionem"; mas onde ficam as nossas almas? Um homem pode muito bem ser adepto da arte da mecânica sexual, e a sua esposa pode ser capaz de acompanhá-lo a cada movimento; mas a semente do prazer sexual não é puramente física, como a maioria dos casais que ficam juntos durante algum tempo pode atestar. O que a maioria dos gurus pop, das revistas banais, dos terapeutas sexuais e dos contadores de clímax deixam de fora da equação do “como” é a inefável alma humana. Todavia, é esta mesma alma que anima os nossos corpos e que propele cada uma de nossas acções. É a energia dessa alma que pode dar às nossas vidas um sentido além de “como” e de “quantos.” Quer reprimamos essa energia, quer a compartimentemos como algo "separado do sexo," quer a reconheçamos e por fim a cultivemos, ela está ali. Ela pulsa e permeia todo o nosso ser como um profundo desejo de nos conectarmos com alguém... com algo fora de nós mesmos. Segundo o cabalista, o erotismo e a excitação começam na intersecção mística nas nossas cabeças, nos nossos corações e nas nossas almas. Quando estamos dispostos a expor a nossa totalidade e a focar-mo-nos nos aspectos emocional e espiritual dos nossos parceiros, assim como nos seus atractivos físicos, o sexo pode ser profundamente íntimo. Quando nos tornamos conscientes do propósito espiritual e do papel cósmico que o sexo desempenha no grande esquema das coisas, ele fica carregado de descobertas e de energia espiritual. SEXO COM ALMA De acordo com a Cabala, o sexo tem o poder de crepitar electricamente com a energia intensa e de provocar uma consciência ampliada. Não basta apenas ficar ligado. Os animais podem ficar fisicamente excitados sem nenhuma premeditação. É preciso ter coragem para também focar e sintonizar. Um sexo desconectado, fora de sintonia, entre parceiros absortos em si mesmo, é um sexo incompleto. Parece algo pequeno. Reduz a intimidade física às suas possibilidades mais limitadas, tornando-a oca; e com bastante frequência previsível ou até mesmo aborrecida. Como uma má reprodução de uma obra de arte da pintura, replica o movimento, mas carece da visão e da inspiração que elevam o original à grandeza. O sexo que é separado do nosso ser interno e dos nossos parceiros impede-nos de experimentar o tipo de conexões que evocam um sentido de Paraíso aqui na Terra. O "sexo" que enche as propagandas e os programas de televisão excitantes é passado como algo que evoca a coisa em si. Mas não é. As imagens "sexy" do mercado de massa estão para o sexo real assim como o papaguear de um papagaio treinado está para a voz de Ella Fitzgerald - uma imitação caricatural inadequada e bruta do artigo original. Na verdade, a maior parte do sexo que vemos ao nosso redor na nossa cultura não é sexo de forma alguma. É simplesmente comércio, disfarçado em roupas justas. O bom sexo na verdade começa fora da cama. O sexo mais sensacional acontece quando se começa a entender o objectivo da criação, a origem da alma, o sentido das nossas vidas, e as "zonas erógenas" do cosmos. O problema fundamental por trás de uma má vida sexual e de relacionamentos que não funcionam, de acordo com a Cabala, é que não sabemos: · Quem realmente somos · De onde viemos · Por que existe o homem e a mulher · A estrutura do cosmos · O significado e o propósito das nossas vidas · O papel do sexo no esquema físico e metafísico das coisas · As ferramentas necessárias para gerar energia sexual nas nossas vidas. Na Cabala, consciência espiritual e sexo, Céu e Terra, estão numa constante interacção um com o outro. Os mundos superior e inferior estão intimamente conectados, justamente como dois amantes firmemente abraçados. Compare isto, por um momento, com a forma como se lida com o sexo e com o desejo na nossa cultura popular. Tudo bem, ele está lá o tempo todo; mas em que contexto? Há muita franqueza acerca das dobras e curvas dos nossos corpos nus, mas o sexo está completamente separado dos nossos seres espirituais. Ou é tratado como um prazer-desporto puramente físico ou como um esforço vagamente pecaminoso necessário para a procriação. A Cabala rejeita essas duas distorções. Ela encara a sexualidade humana como uma chave para o nosso desenvolvimento espiritual. Este relacionamento directo e constante entre o “Mundo Superior” sagrado e o dia a dia aqui na Terra é central para esse antigo corpo de misticismo. De acordo com a Cabala, o nosso fazer amor tem um potencial infinito. Tem o poder de ser profundamente significativo. A Cabala não associa a sexualidade humana com a vergonha. Um beijo de amantes ou uma carícia sensual contém faíscas de energia divina. Considere o vívido e francamente erótico Cântico dos Cânticos. Os místicos ensinam que podem ser encontradas verdades cósmicas nas imagens sensuais do poema, em linhas que descrevem com luxúria lábios que têm sabor como o vinho e fazer amor que flui como a mirra. De fato, muitos cabalistas medievais concordaram que este texto lírico e rico continha mais segredos do universo que qualquer outra obra das Escrituras! Por exemplo, o versículo, "Eu sou de meu amado e seu desejo é para mim" (Cântico dos Cânticos, 7:11) é memoravelmente enfocado no Zohar, (2) que encontra tanto o mundo "micro" como o "macro" considerados numa única linha de poesia: "O sentido interno deste versículo é que o despertar abaixo é acompanhado por um despertar acima, pois não há despertar acima até haver um despertar abaixo." Há grande força e beleza na maneira como o pensamento cabalístico funde o cósmico e o carnal, o mundo de dois amantes e o cosmos como um todo. Os nossos corações e almas são despertados, assim como os nossos corpos. Num nível macrocósmico, a Cabala diz-nos que uma região elevada do divino é despertada quando o nosso mundo físico desperta. O “acima” e “abaixo” nessa passagem se referem tanto ao aspecto físico quanto ao aspecto espiritual dos seres humanos, e os despertares de “acima” e de “abaixo” do Cosmos Superior e da Terra física. Assim, descobrimos que o sexo tem um poder que se estende muito além da porta do quarto de dormir. Esta sabedoria nos revela como os nossos momentos mais intensos de erotismo e intimidade reverberam pelo Cosmos - assim como uma pequena pedra, atirada na água parada e profunda, causa ondulações que irradiam para longe do ponto original de impacto. (1) Cabala (também Kabbalah, Qabbala, Cabala, cabbala, cabbalah, kabala, kabalah, kabbala) é um sistema religioso filosófico que reivindica o discernimento da natureza divina. Kabbalah (קבלה QBLH) é uma palavra em hebreu que significa recepção. (2) O Zohar (do hebraico זהר "esplendor") é considerado como o mais importante texto da Cabalá. Trata-se de comentários sobre a Torá escrito em aramaico e hebraico, onde são tratados a natureza de Deus e considerações sobre a origem e estrutura do universo, a natureza das almas, pecado, redenção, bondade e maldade, e diversos outros tópicos relacionados. ENERGIA NUA E CRUA Os antigos sábios dizem-nos algo bastante extraordinário a respeito da própria sabedoria cabalística. Dizem que o conhecimento espiritual cabalístico também é resultado e substância da paixão. Em outras palavras, a sabedoria cabalística relativa ao sexo e a sabedoria relativa ao sentido da vida são ambas, de facto, o próprio material e substância da energia! Desta forma, a intenção por detrás de aprender este aspecto da Cabala é tanto ensinar como ter um bom sexo através de uma compreensão das questões fundamentais da vida, e despertar as forças primais de energia sexual que podem enriquecer e dar vida a todos os seus momentos íntimos. Quer dizer, quando este conhecimento é implantado dentro de sua consciência, as forças carnais da criação são convocadas durante a actividade sexual. É então que os mundos espirituais de cima tremem com deleite à medida que um prazer divino chove sobre si e o seu parceiro. Muita Luz