ainda a espiritualidade eo sexo II
AINDA A ESPIRITUALIDADE E O SEXO Os anos começam e acabam, as pessoas vêm e vão. Os clientes entram e saem dos consultórios de Terapia Holística, as mulheres choram e riem, os casamentos começam e acabam, as meninas e os meninos crescem e florescem, e o discurso é sempre o mesmo. O sexo! Que coisa linda, que coisa feia, que delícia, que nojo, que bom que mau, faz bem, faz mal, é pecado... Vamos falar a verdade (1). Mais uma vez, vamos bater na mesma tecla. A ciência já provou que só faz bem, os médicos recomendam, a espiritualidade mais esclarecida e iluminada aprova, então, porque é que tantas pessoas ainda insistem em combatê-lo, recriminá-lo e discriminar a prática do acto sexual? Porque é que tantos pais continuam ainda nos tempos de hoje a reprimir as suas filhas quanto começam a se descobrirem sexualmente, porque é que ainda não passamos da era da proibição para a era da informação e do esclarecimento? Porque não vemos o sexo assim como a comida, o desporto, a bebida as drogas e tantas outras coisas as quais simplesmente discutimos sobre a qualidade do seu uso? Por exemplo: Como fazer, reconhecer tipos de pessoas em quem podemos confiar para fazer sexo, seus riscos, os abusos, sexo e amor, o melhor momento para começar, sexo e as emoções, etc. Por que é que a "coisa" tem que ser tão grande e tão perigosa? Por que é que temos que assustar tanto as nossas meninas e os nossos meninos quando simplesmente poderíamos instruí-los? Por que é que perante esta nova realidade, esta nova proposta que nos está a chegar a cada dia através dos veículos de informação, não lutamos para desfazermos os nossos preconceitos e trabalhamos, primeiro a nosso favor, permitindo-nos uma vida sexual mais saudável e prazerosa e depois, a favor dos nossos filhos (principalmente as meninas) protegendo-os de uma vida sem graça e sem energia. Pensem se, de verdade, não estamos a ser comodistas e preguiçosos na missão de educar e conduzir as suas vidas até a maior idade. Não é porque nos tentaram tirar o direito a este prazer que precisamos fazer o mesmo com as pessoas que geramos. Além do mais, já está provado também, que a imposição de comportamento, a falta de explicação sobre os nossos pontos de vista e a ignorância dos factos só provoca consequências adversas ao que tentamos plantar. A falta de educação sobre o sexo não vai impedir as pessoas de fazê-lo. Elas simplesmente vão fazer mal feito. Consegue-se com isto a insatisfação, os exageros, as doenças físicas e mentais, as gravidezes indesejadas, as violências sexuais, os abandonos e as traições. Tirem as vendas dos olhos, economizem em medicamentos e anos de terapias para desbloquear o que Deus mandou sem bloqueios. Sob esta óptica, o livro O Código da Vinci apresenta-os alguns trechos bastante curiosos. Muitas pessoas no mundo já tiveram a curiosidade e a oportunidade de ler esta obra. O livro todo é óptimo e curioso. Nada contra as religiões, muito pelo contrário, nada contra a boa conduta moral, muitíssimo pelo contrário, nada contra a Igreja Católica, respeito os seus fiéis, mas, acredito que Cristo era, pelo menos em parte, como o descrito no livro: um homem normal. O Código da Vinci - Importante Hieros Gamos = Casamento Sagrado - nada tem a ver com erotismo - é um acto espiritual. Historicamente, as relações sexuais eram o acto através do qual o homem e a mulher experimentavam o divino. Os antigos acreditavam que o masculino era espiritualmente incompleto antes de ter conhecimento carnal do sagrado feminino. A união física com a mulher era o único meio segundo o qual o homem podia se tornar espiritualmente completo e chegar a atingir a gnose - o conhecimento divino. Desde a época de Ísis, os ritos sexuais vinham sendo considerados a única ponte entre a terra e o céu para o homem. - Em comunhão com uma mulher o homem podia atingir um instante de êxtase no qual a sua mente ficava totalmente vazia e ele era capaz de ver Deus... O orgasmo como oração?Fisiologicamente falando o clímax masculino era acompanhado por uma fracção de segundo em que os pensamentos ficavam de todo ausentes. Um breve vácuo mental. Um momento de limpidez durante o qual se podia vislumbrar Deus. Os gurus que praticavam a meditação atingiam estados semelhantes sem sexo e costumavam descrever o Nirvana (2) como um orgasmo espiritual eterno É importantíssimo lembrar que o modo como os antigos encaravam o sexo era totalmente oposto ao modo como o encaramos hoje em dia. O sexo possibilitava a criação de novas vidas - o milagre dos milagres -, e só Deus podia realizar milagres. A capacidade da mulher de produzir vida com seu útero tornava-a sagrada. Uma Deusa. A relação sexual era a união respeitosa entre as duas metades do espírito humano - a masculina e a feminina -, por meio da qual o macho podia encontrar integridade espiritual e comunhão com Deus. A tradição judaica primitiva envolvia o sexo ritualístico. Dentro do templo, nada menos que isso. Os primeiros judeus acreditavam que o Santo dos Santos do Templo de Salomão abrigava não só Deus como também sua poderosa consorte feminina, Shekinah. Os homens que buscavam integridade espiritual vinham ao Templo visitar sacerdotisas - ou "herolulas" -, com as quais faziam amor e experimentavam o divino através da união física. Para a Igreja dos primeiros tempos o uso do sexo pela humanidade para comungar directamente com Deus representava uma séria ameaça à base de poder católica. Aquilo deixava a Igreja de fora, debilitando o status que ela mesma se atribuíra de único caminho para Deus. Por motivos óbvios, a Igreja fez de tudo para demonizar o sexo e reinterpreta-lo como um acto pecaminoso e repulsivo. Outras religiões importantes fizeram o mesmo. É surpreendente que nos sintamos divididos com relação ao sexo? A nossa herança milenar e a nossa própria fisiologia dizem-nos que o sexo é natural - um caminho muito seguro para a gratificação espiritual -, mas, mesmo assim, a religião moderna deprecia o sexo, considerando-o vergonhoso, ensinando-nos a temer os nossos desejos sexuais como se fossem inspirações demoníacas. Fonte: Trechos retirados na íntegra do livro "O Código da Vinci, de Dan Brown". (1) esta verdade não é a absoluta (cada um de nós tem a sua verdade) (2) No Budismo, nirvana (do sânscrito -- pali: Nibbāna -- Chinês: Nie4 Pan2 ), literalmente "extinção", é a culminar da busca budista pela libertação. Siddhartha Gautama, o Buda, descreveu o Budismo como uma jangada que após atravessar um rio, permite ao passageiro alcançar o nirvana. O Hinduísmo também usa nirvana como um sinônimo para suas idéias de moksha, e fala-se a respeito em vários textos hindus tântricos bem como na Bhagavad Gita. Os conceitos hindus e budistas de nirvana não devem ser considerados equivalentes. fiquem com uma óptima dica literária. O livro ainda faz menção à vida conjugal de Cristo, à sua paternidade, ao verdadeiro papel de Maria Madalena na História, às acções do Opus Dei e do Vaticano (curiosíssimo!). Muita Luz!